Construir um edifício, que abrigue uma quadra de frontón (quadra de um jogo basco: a pelota basca), que por seu uso, necessita três paredes cegas maciças de grande envergadura, implica em tomar decisões drásticas na hora de atacar um projeto com essas premissas.
Além disso, a situação topográfica da obra, em um cume dominante na área, os fortes ventos que castigam a zona, e a impossibilidade da realização de escavações profundas no entorno, não permitem nenhum disfarce ou truque. Portanto, tem-se que assumir a presença do edifício na paisagem sem complicações e responder com uma peça completa pétrea e pesada.
O resultado é uma peça prismática, de blocos de pedra, sem escala aparente, nem referência alguma, que se converte em um objeto abstrato e referencial na paisagem.
O fechamento de todo o edifício é realizado por meio de um muro concretado in loco de grande espessura, ao qual confia-se a capacidade portante de todo o conjunto, assim como o fechamento interior e o acabamento canelado exterior.
Este acabamento canelado do concreto, realizado com moldes específicos, confere vibração ao conjunto e acentua seu caráter telúrico. O controle do concreto, das formas, do plastificante, do vibrador e da retirada das formas, é essencial, já que qualquer erro não pode ser corrigido posteriormente.
Uma peça menor aloja as arquibancadas, uma série de salas multiusos, ginásios e estruturas de serviço, conseguindo-se uma fachada principal de caráter mais doméstico. Essa fachada abre-se às vistas da paisagem, o vale do porto de Zierbena e o golfo de Bizkaia, ao fundo, por meio de janelas continua presente em toda a sua longitude.
Essa peça acaba em uma varanda longitudinal e leve, em contraposição ao resto do conjunto. Abaixo surge um elemento que se sobressai da alienação do prisma incluído na obra, dada a demanda de mais superfícies por parte de seus futuros usuários. O fechamento da fachada desta peça pretende ser mais amável e aconchegante, através de painéis de resinas fenólicas solucionando as aberturas e acessos com uma trama modular e repetitiva.
Para conseguir um espaço de arquibancada sem nenhuma interferência visual, evitou-se os pilares, deslocando parte do vão da laje para uma grande treliça longitudinal de 44 m, sobre a qual se apóiam os montantes primários da estrutura.